A Pastorinha

A Pastorinha Melly
Do livro “Der Märchenbaum“, Editora Blüchert, Hamburgo
(conto de fadas inglês, tradução e seleção de Karin Stasch para a Carta A Papisa do grupo de estudos do Tarô)

Era uma vez uma pequena pastora, que todos os dias levava o seu rebanho de ovelhas para o pasto, passando por montes e vales, mas o que ela mais gostava era deixar as ovelhas pastarem na beira da estrada. E naquele tempo em que a pastorinha deixava as ovelhas pastar na beira da estrada, havia um jovem e belo príncipe nesse país. Esse belo e jovem príncipe decidiu um dia que iria sair pelo mundo para procurar uma noiva: ele deveria se bonita, de procedência nobre, mas antes de tudo deveria ser virtuosa, diligente e bondosa. De outro modo não poderia ser sua esposa. E assim como decidiu fazer, fez, e de manhã montou o seu cavalo e partiu.
E cavalgou, cavalgou, cavalgou, até que o caminho o levou diretamente à pequena pastora e seu rebanho. Quando o príncipe viu a pequena pastora, cumprimentou-a gentilmente e disse: - Deus te salve, pequena pastora, como estás?
- Vou bem, apesar de andar em farrapos. Mas quando eu casar com o príncipe terei vestidos de puro ouro! - respondeu a pastora.
- Mas isso nunca vai acontecer - disse o príncipe.
- Vai sim! - respondeu a pastora.
E o príncipe continuou cavalgando. Cavalgou, cavalgou, cavalgou, até que chegou finalmente num reino que não conhecia e lá gostou da princesa estrangeira. Ela era muito bonita e todos diziam que ela era virtuosa. O príncipe pediu a sua mão em casamento e quando ela concordou, pediu a sua noiva que o fosse visitar ainda antes do casamento. E satisfeito voltou para casa.
Logo depois a princesa estrangeira se pôs a caminho com uma orgulhosa comitiva. Viajou, viajou, viajou até que um dia, o seu caminho levou-a diretamente para onde estava a pequena pastora e seu rebanho. Quando a princesa estrangeira viu a pastora, cumprimentou-a altiva e perguntou:
- Deus te salve, pequena pastora, como vai o príncipe?
- Bem - disse a pastorinha -
Mas na soleira do castelo tem uma pedra que revela como é a pessoa que está pisando nela.
A princesa continuou com a sua viagem e logo chegou ao castelo do príncipe. Mas quando pisou na pedra da soleira da porta do príncipe, ouviu-se uma voz dizendo:
- Atenção, senhor, atenção,a virtude dela é pura invenção! A noiva certa não veio ainda! A noiva certa é muito mais linda!
Quando o príncipe ouviu o que a pedra dizia, não quis mais saber nada da princesa. Sua noiva devia ser virtuosa. E assim a princesa foi embora do modo em que havia vindo.
Depois de um certo tempo, o príncipe se pôs a caminho novamente para procurar uma noiva. Montou o seu cavalo e partiu.
E cavalgou e cavalgou até que o seu caminho levou-o diretamente à pequena pastora e seu rebanho. Quando o príncipe viu a pequena pastora, cumprimentou-a gentilmente e disse:
- Deus te salve, pequena pastora, como estás?
- Vou bem, apesar de andar em farrapos. Mas quando eu casar com o príncipe terei vestidos de puro ouro! - respondeu a pastora.
- Mas isso nunca vai acontecer - disse o príncipe.
- Vai sim! - respondeu a pastora.
E o príncipe continuou cavalgando. Cavalgou, cavalgou, cavalgou, até finalmente chegar num segundo país que não conhecia e lá gostou de outra princesa estrangeira. Ela era mais bonita e por toda parte diziam que ela era diligente. O príncipe pediu a sua mão em casamento e quando o pai dela consentiu, ele pediu a sua noiva que o fosse visitar ainda antes do casamento. E satisfeito voltou para casa.
Logo depois a princesa estrangeira se pôs a caminho com uma orgulhosa comitiva. Viajou, viajou, viajou até que um dia, o seu caminho levou-a diretamente para onde estava a pequena pastora e seu rebanho. Quando a princesa estrangeira viu a pastora, cumprimentou-a altiva e perguntou:
- Deus te salve, pequena pastora, como vai o príncipe?
- Bem - disse a pastorinha- Mas na soleira do castelo tem uma pedra que revela como é a pessoa que está pisando nela.
A princesa continuou com a sua viagem e logo chegou ao castelo do príncipe. Mas quando pisou na pedra da soleira da porta do príncipe, ouviu-se uma voz dizendo:
- Atenção, senhor, atenção, a virtude dela é pura invenção! A noiva certa não veio ainda! A noiva certa é muito mais linda! Quando o príncipe ouviu o que a pedra dizia, não quis mais saber nada da princesa. Sua noiva devia ser diligente. E assim a princesa foi embora do modo em que havia vindo.
Depois de um certo tempo, o príncipe se pôs a caminho pela terceira vez para procurar uma noiva. Montou o seu cavalo e partiu.
E cavalgou e cavalgou até que o seu caminho levou-o diretamente à pequena pastora e seu rebanho. Quando o príncipe viu a pequena pastora, cumprimentou-a gentilmente e disse:
- Deus te salve, pequena pastora, como estás?
- Vou bem, apesar de andar em farrapos. Mas quando eu casar com o príncipe terei vestidos de puro ouro! - respondeu a pastora.
- Mas isso nunca vai acontecer - disse o príncipe.
- Vai sim! - respondeu a pastora.
E o príncipe continuou cavalgando. Cavalgou, cavalgou, cavalgou, até finalmente chegar num terceiro país que não conhecia e lá gostou de outra princesa estrangeira. Ela era mais bonita ainda e por toda parte diziam que ela era muito bondosa. O príncipe pediu a sua mão em casamento e quando ela lhe foi prometida, ele pediu a sua noiva que o fosse visitar ainda antes do casamento. E satisfeito voltou para casa.
Logo depois a princesa estrangeira se pôs a caminho com uma orgulhosa comitiva. Viajou, viajou, viajou até que um dia, o seu caminho levou-a diretamente para onde estava a pequena pastora e seu rebanho. Quando a princesa estrangeira viu a pastora, cumprimentou-a altiva e perguntou:
- Deus te salve, pequena pastora, como vai o príncipe?
- Bem - disse a pastorinha - Mas na soleira do castelo tem uma pedra que revela
como é a pessoa que está pisando nela.
A princesa continuou com a sua viagem e logo chegou ao castelo do príncipe. Mas quando pisou na pedra da soleira da porta do príncipe, ouviu-se uma voz dizendo:
- Atenção, senhor, atenção, a virtude dela é pura invenção!
A noiva certa não veio ainda! A noiva certa é muito mais linda.
Novamente o príncipe desistiu do casamento. Pois sua noiva devia ser bondosa! E assim a princesa teve que voltar para casa, com muita vergonha e sem marido.
Depois de um certo tempo, o príncipe se pôs a caminho pela última vez para procurar uma noiva. Montou o seu cavalo e partiu.
E cavalgou e cavalgou até que o seu caminho levou-o diretamente à pequena pastora e seu rebanho. Quando o príncipe viu a pequena pastora, cumprimentou-a gentilmente e disse:
- Deus te salve, pequena pastora, como estás?
- Vou bem, apesar de andar em farrapos. Mas quando eu casar com o príncipe terei vestidos de puro ouro! - respondeu a pastora.
- Mas isso o mundo nunca chegará a ver! - disse o príncipe.
- Verá sim! - respondeu a pastora.
E o príncipe continuou cavalgando. Cavalgou, cavalgou, cavalgou, até finalmente chegar num país em terras estranhas que não conhecia e lá gostou de outra princesa estrangeira. Ela era mais bonita que as outras e por toda parte diziam que ela era diligente e bondosa. O príncipe pediu a sua mão em casamento e depois do noivado, ele pediu que ela o fosse visitar ainda antes do casamento. E satisfeito voltou para casa.
Algum tempo depois a princesa estrangeira se pôs a caminho com uma orgulhosa comitiva. Viajou, viajou, viajou até que um dia, o seu caminho levou-a diretamente para onde estava a pequena pastora e seu rebanho. Quando a princesa estrangeira viu a bela pastora, cumprimentou-a altiva e perguntou:
- Deus te salve, pequena pastora, como vai o príncipe?
- Bem - disse a pastorinha - Mas na soleira do castelo tem uma pedra que revela
como é a pessoa que está pisando nela.
A princesa estrangeira ficou pensativa e perguntou, então, à pequena pastora, se ela não gostaria de ir no seu lugar. A pequena pastora aceitou muito alegre. Tirou os seus farrapos, vestiu seda e brocado da princesa e foi para o castelo do príncipe. Quando pisou na pedra da soleira da porta, ouviu-se uma voz dizendo:
“Atenção, senhor, atenção, esta noiva é virtuosa, bela, diligente e bondosa,
esta é a noiva do seu coração!”
- É esta que será a minha esposa e nenhuma outra - disse o príncipe, ao ouvir o que a pedra disse. E para que pudesse reconhecer a sua noiva e não se enganasse, trançou-lhe um diadema de ouro no cabelo. Depois deixou que a noiva voltasse para casa, prometendo-lhe que a desposaria o mais rápido possível.
Quando a pequena pastora voltou para o seu rebanho, devolveu à princesa estrangeira os seus vestidos e vestiu novamente os seus farrapos. A princesa estrangeira voltou para casa, feliz da vida, para esperar o seu noivo. E o noivo não hesitou por muito tempo. Um dia montou o seu cavalo e partiu para buscar a sua noiva.
O seu caminho levou-o como sempre para onde estava a pequena pastora e seu rebanho. Ao ver a bela pastora, cumprimentou-a gentilmente:
- Deus te salve, pequena pastora, como estás?
- Vou bem, apesar de andar em farrapos. Mas quando eu casar com o príncipe terei vestidos de puro ouro! - respondeu a pastora.
- Mas isso nunca acontecerá contigo! - disse o príncipe.
- Acontecerá sim - disse a pastora e inclinou a sua cabeça e algo brilhou nos seus cabelos.
O príncipe se aproximou e que foi que ele viu? A pequena pastora tinha o diadema dourado nos cachos, que ele havia colocado na sua noiva! De repente o príncipe compreendeu o que havia acontecido. E como viu que nunca encontraria uma mulher melhor que ela, sentou-a no seu cavalo e levou-a diretamente para o palácio. Que cuidasse das ovelhas, quem quisesse!
E assim as palavras da pequena pastora se tornaram realidade e a partir de então ela só colocava vestidos de puro ouro!